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Alberto da Costa e Silva

Alberto da Costa e Silva

É com muita tristeza que escrevo esta nota sobre meu querido amigo Alberto da Costa e Silva, que faleceu nesta madrugada. Fomos amigos por tantos anos! Nos víamos toda hora, Vera, sua mulher, e ele, Marly e eu, enquanto estavam em Brasília. Tínhamos a afinidade da vizinhança de Maranhão e Piauí, terra de seu pai, o poeta Da Costa e Silva, autor de Saudade “Parnaíba — o velho monge / as barbas brancas alongando”. Mas também a comum visão do Mundo.

Alberto foi um intelectual completo. Grande diplomata, com uma carreira exemplar, era poeta, historiador, memorialista, ensaísta. Sua obra sobre a África — A Enxada e a Lança, A Manilha e o Libambo, Um rio chamado Atlântico, Francisco Félix de Sousa… — é absolutamente indispensável para quem queira entender não só a relação entre o continente e o Brasil, como a própria África, e é referência acadêmica universal. Sua poesia, de extrema sensibilidade, bastava como linhagem. Seus livros de memória, Espelho do Príncipe e Invenção do Desenho, são admiráveis.

Para o Brasil, para a Academia sua inteligência fará imensa falta. Mas a família, Marly e eu sentiremos também a ausência afetiva, que mais dói.

 

José Sarney

 

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