A gestão de Sarney significou uma guinada no desenvolvimento do Estado. Ao tomar posse no governo, encontrou uma situação de baixíssimo investimento e precariedade em todas as áreas: havia somente 7.500 kW de energia elétrica disponíveis, 13 km de estradas pavimentadas, e a capital mantinha-se uma ilha bastante isolada. Sarney aumentou os investimentos em 2.000%, instalou uma capacidade elétrica de 230 mil kW, pavimentou centenas de quilômetros de estradas. São Luís urbanizou-se e cresceu como pólo comercial, com a construção da ponte do São Francisco e da BR-135, ligando a Continue a ler
Ainda pela UDN, José Sarney elegeu-se governador do Estado, em 1965, derrotando por ampla maioria os dois candidatos vitorinistas. A seu pedido, Glauber Rocha filmou Maranhão 66, sobre a situação de extrema pobreza que vira ao longo da campanha.
Em 1962, reeleito com facilidade, Sarney vê sua previsão de fracasso do parlamentarismo se confirmar. O ano é perdido com a campanha para a volta do presidencialismo, confirmada pelo plebiscito de janeiro de 1963. Ao mesmo tempo o País se divide na discussão das reformas de base, que todos sabiam necessárias mas ninguém sabia quais eram. Abre-se uma crise gravíssima, com deterioração da economia e um paroxismo de enfrentamento político. 1964 começa com vários golpes anunciados. A dúvida é quem o dará primeiro: Leonel Brisola com as ligas camponesas, o Continue a ler
Tendo feito oposição a Juscelino, Sarney foi líder de Jânio na Câmara dos Deputados. Os breves meses do Governo Jânio Quadros prometiam uma revolução no País, com uma nova postura internacional, uma reforma dos métodos políticos e a busca da Justiça social que era a bandeira do Bossa Nova. Mas o sonho durou pouco: como muitos outros presidentes ao longo da História, achou que o Congresso Nacional não era tão dócil quanto devia, e resolveu aplicar um auto-golpe: renunciar para voltar nos braços do povo. Não deu certo. Abalado embora Continue a ler
Sarney lançou, com Edílson Távora e Ferro Costa, o grupo Bossa Nova, que pregava uma maior participação da questão social entre as bandeiras da UDN. Era a UDN de macacão. A eles se juntaram José Aparecido, Seixas Dória e vários outros. Contemporâneo das disputas pela candidatura presidencial, o Bossa Nova foi a grande marca da UDN naqueles dias. Com o apoio de Afonso Arinos, Sarney era vice-líder do partido. Na convenção nacional que homologou a aliança com Jânio Quadros, foi decidido que o Bossa Nova teria uma vaga na comissão diretora. Assim, Continue a ler
Sua presença nacional se refletiu na política maranhense. Nas eleições de 58, comandou um bloco de oposição ao grupo de Vitorino Freire, a Oposição Coligada, que conquistou quatro das dez cadeiras da bancada maranhense na Câmara dos Deputados, sendo o mais votado da chapa. Com o mandato pleno e a efetiva liderança política no Maranhão, passou a ter acesso às deliberações partidárias. No partido um homem fazia o espetáculo de massa: Carlos Lacerda. O grande tribuno tinha um jornal, que fazia as vezes de porta-voz da UDN, a Tribuna da Imprensa. Continue a ler
Assumindo o comando do partido no Maranhão, Sarney estruturou e redimensionou a UDN estadual. Isso o credenciou a uma envergadura nacional, com a aproximação ao grupo conhecido como Banda de Música. Ele é formado por nomes como Adauto Lúcio Cardoso, Afonso Arinos, Aliomar Baleeiro, Bilac Pinto e Prado Kelly. Diz Sarney que na Banda tocava reco-reco.
Sarney filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), pelo qual, em 1954, iniciou-se na política sendo eleito suplente de deputado federal. A seis de junho de 1955, assumiu pela primeira vez a cadeira no plenário do Palácio Tiradentes, sede da Câmara dos Deputados. Os breves períodos se sucederam nos anos seguintes, até 1958. Pouco depois, Sarney trocou o PSD, que voltara a abrigar seu adversário Vitorino Freire (político que controlava o Maranhão), pela União Democrática Nacional (UDN). A mudança significava também a oposição ao Governo Federal, que tivera uma pedra de toque Continue a ler
A literatura ocupa o centro das atenções de Sarney no começo da década de 1950. Além das colaborações nos jornais e na revista do grupo, A Ilha, publica seu primeiro ensaio, Pesquisa sobre a pesca de curral na Ilha do Curupú (1953), e o primeiro livro de poemas, Canção Inicial (1954). Em 1953 assume a cadeira 22 da Academia Maranhense de Letras.
No dia 12 de julho de 1952 Marly de Pádua Macieira e José Sarney se casaram na Catedral de São Luís.
Reuniam-se na Movelaria Guanabara alguns amigos, no debate de idéias literárias e artísticas: além de Sarney, os escritores Bandeira Tribuzzi, Luís Carlos Bellos Parga, Carlos Madeira, Antônio Luís de Oliveira, Evandro Sarney, Lago Burnett, Ferreira Gullar, os pintores Cádmo Silva, Paiva, Figueiredo e Floriano Teixeira. Destes encontros saiu a revista “A Ilha”, propugnadora do neo-modernismo, par de Clã, de Fortaleza, Quixote, do Rio Grande do Sul, José, de Pernambuco, Joaquim, de Santa Catarina, Orfeu, do Rio de Janeiro. Sarney concluíra o curso de Direito, chegando a atuar no Tribunal do Continue a ler
Recém-chegado à Faculdade de Direito, ingressou na União Maranhense dos Estudantes (UME). Representou o Maranhão no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) realizado em São Paulo, em 1950. Nesse congresso, marcado pela presença de Enrico Berlinguer, criou laços de amizade com Álvaro Americano, Paulo Egydio Martins, Roberto Gusmão e Célio Borja.
Vencendo concurso de melhor texto, José Sarney começa a trabalhar em O Imparcial. Começou na reportagem policial e logo foi transferido para a reportagem geral. Algum tempo depois ali criou um Suplemento Literário.
Em 1946, José Sarney conhece Marly Macieira. Dois anos mais jovem, ela é prima de um amigo, Murilo Ferreira, e filha do cirurgião, clínico e diretor de hospital, Carlos Macieira. No ano seguinte, Marly o convida para sua festa de quinze anos, e José torna-se o seu primeiro e único namorado.
Atuando no movimento estudantil, por duas vezes elegeu-se presidente do Centro Liceísta e participou das agitações que ocorriam em todo país pedindo a deposição de Getúlio Vargas. Chegou a ser preso, com amigos, ao liderar uma manifestação contra a ditadura. Cândido Costa, dono da pensão em que morava e personagem que marcou sua juventude, foi buscá-lo na prisão. A ele, disse que participara apenas de uma comemoração pelo fim da Segunda Guerra Mundial.
Quando criança, o filho de Kyola e Sarney Costa, seguindo o costume do Nordeste de associar o nome do filho ao do pai, era conhecido como José “do Sarney”. Ao entrar na política, o jovem candidato abandonou o nome de José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa e adotou o nome de José Sarney, reconhecido em cartório em 1965.
Conquistou o 1º lugar no exame de admissão do Colégio Maranhense dos Irmãos Maristas e teve sucesso como estudante, tirando boas notas. No entanto, teve vida difícil na capital, pois a família tinha dificuldades em sustentá-lo. Depois de cursar o ginasial no Colégio Marista, transferiu-se para o Liceu Maranhense. Ainda muito jovem, começou a freqüentar as salas de leitura da Biblioteca Pública. Enquanto incrementava a sua cultura e fixava seus objetivos, Sarney se dedicava à aprendizagem da política.
José Sarney mudou-se diversas vezes ao longo da infância, pois seu pai passou por vários processos de remoção, motivados por questões políticas. Essa peregrinação prejudicou os estudos do menino. Quando terminou o primário, Sarney foi estudar em São Luís, separando-se da família pela primeira vez. Instalou-se num quarto alugado, em pensão modesta.
Filho de Sarney de Araújo Costa e Kyola Ferreira de Araújo Costa, o maranhense José Sarney nasceu em Pinheiro, no dia 24 de abril de 1930. Sua cidade natal fica no centro de uma região colonizada por criadores de gado, a Baixada Maranhense, formada por campos alagados, e situa-se entre a capital, São Luis, e a fronteira do Pará.
Dona Kyola nasceu em Correntes, Pernambuco, de mãe paraibana, do Ingá do Bacamarte, e de pai piauiense, o sertanejo de Valença chamado Assuéro Leopoldino Ferreira. Nos anos 20, Assuéro deixou o sertão de Pernambuco e emigrou em busca dos vales úmidos do Maranhão com três filhos e a menina Kyola.
O pai era promotor público, e seu nome foi encontrado pelo avô de Sarney, José Adriano da Costa, em uma edição de 1901 do Almanaque Bristol. Ele ficara impressionado com a história de um menino de 12 anos que sabia a Bíblia de cor e salteado e que se chamava Sarney.