Ferreira Gullar: sobre “O Dono do Mar”

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[vc_row][vc_column][apress_heading sub_title=”Crítico, poeta, ensaísta e tradutor. Prêmio Camões de Literatura — 2010.” content_alignment=”right” delimiter_line_height=”1″ delimiter_line_width=”” color_scheme=”design_your_own” main_heading_color=”#000000″ style=”heading_style5″ title_font_options=”tag:h6|font_style_bold:1″ subtitle_font_options=”tag:p|color:%23000000″ delimiter_line_color=”#ffffff”]Ferreira Gullar•[/apress_heading][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column]

 

Abismos do mar e da alma humana

Acabo de ler O Dono do Mar de enfiada, interrompendo quando obrigado, mas voltando a ele sempre com interesse. No começo, tive a impressão de que parecia com o rio do romance poético de Jorge Amado, porém essa impressão se desfez ao prosseguir na leitura. É uma coisa de Sarney, do Maranhão, de São Luís. Sem dúvida se trata de um romance poético, mas com tom próprio e que nasce de uma experiência de vida e não de leituras literárias. Além disso, o que impressiona é seu conhecimento da vida do pescador da região, de seu ofício, de seus instrumentos, dos peixes das marés, das intempéries e do próprio mar. Há ali a vivência do mar e da pesca.

Mas tudo serve apenas de apoio e contraponto à fabulação do ficcionista, do poeta, que nos arrasta para dentro de um mundo feérico, habitado de monstros e fantasmas, tudo nascido dos abismos do mar e da alma humana. A mistura da realidade e do sonho, da paixão e do mito, da fantasia e da história dá o tom específico do livro.

7 de outubro de 1995.

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