Foi com grande comoção e tristeza que recebi a notícia da morte de Napoleão Sabóia, a quem me ligavam quarenta anos de amizade.
Trabalhamos juntos em O Imparcial. Quando Presidente da República o chamei para trabalhar em meu gabinete e com ele tive uma convivência fraternal durante o resto da vida. Era um grande talento e grande intelectual.
Foi repórter de O Estado de S. Paulo e seu correspondente em Paris durante mais de vinte anos. Tinha na França relacionamento com grandes intelectuais e escritores, como Maurice Druon, Claude Lévi-Strauss, Denis Tillinac, e com o mundo político, tendo acesso, como correspondente de um grande jornal brasileiro, a Mitterrand, Chirac, Rocard, Giscard.
Ficou devendo uma coletânea de suas excelentes entrevistas com figuras do mundo intelectual e político europeu. Era respeitado e gosava de prestígio no Brasil, onde o meio jornalístico o tinha entre seus grandes nomes.
Quero partilhar meu sentimento de dor com toda a sua família, seus filhos Bruno e Antônio e seus primos, principalmente os filhos de Pires Saboia, que foi como seu pai e a quem sou ligado por estreita amizade.
José Sarney
Raimundo Nonato de Araujo Vieira (Nelin Vieira)
Seria interessante, se o presidente José Sarney publicasse o “Galope à Beira Mar 2”, para relatar mais fatos políticos e literários vividos durante a sua brilhante carreira.