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A Palavra do Sarney

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Direitos da Mulher

Em maio de 1985, Sarney criou uma comissão especial, presidida pela atriz Ruth Escobar, para preparar anteprojeto de um Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Já em setembro, o conselho foi instalado, cumprindo-se as determinações da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Discriminações contra a Mulher, de que o Brasil já era signatário. Sarney afirmou, na ocasião, que subsistiam no Brasil profundas desigualdades sociais que mantinham a mulher como um cidadão marginalizado, e que necessitavam ser eliminadas. 

Eleições e partidos

Sarney garantiu a redemocratização na Nova Repúbica, com 4 eleições diretas nos 5 anos da sua presidência: a primeira para prefeitos das capitais, em 1985 (primeira depois de 20 anos); a segunda para deputados estaduais e federais, senadores e governadores, em 1986 (com o sucesso do Plano Cruzado, o PMDB elegeu 22 dos 23 governadores); a terceira para prefeitos de todos os municípios e gerais para o Estado do Tocantins, que acabara de ser criado, em 1988; e a quarta para presidente da República, em 1989 (primeira após 29 anos). Continue a ler

O Governo Sarney inicia

Tancredo Neves faleceu em 21 de abril, e Sarney, em conformidade com o artigo 76 da Constituição, tornou-se presidente. O governo teve início fragilizado, devido à doença de Tancredo. Diante de uma desconfiança difusa, Sarney lutou para legitimar-se por seu trabalho. Buscou fortalecer a democracia e a paz social. Reconheceu os partidos que estavam na clandestinidade, manteve as forças militares nos quartéis, recuperando suas condições operacionais, que estavam sucateadas. Garantiu o direito dos sindicatos e a liberdade de imprensa, assim como eleições livres sucessivas.  Convocou uma Assembleia Nacional Constituinte, que Continue a ler

A doença de Tancredo Neves

A posse dos eleitos deveria ocorrer em 15 de março, porém Tancredo Neves foi submetido a uma cirurgia de emergência na noite de 14 de março, ficando impossibilitado de assumir. No dia 15 de março de 1985, sob o impacto da doença de Tancredo Neves, José Sarney tomou posse como Vice-Presidente da República em exercício da Presidência. A dramática noite, com a internação de Tancredo, as discussões, no próprio Hospital de Base e em vários espaços institucionais e privados, sobre os procedimentos constitucionais da posse, tinham tido seu clímax com Continue a ler

A Aliança Democrática

Em junho de 1984, impedido de realizar prévias para escolha do candidato à sucessão presidencial, com a pressão do pré-candidato Paulo Maluf sobre o presidente Figueiredo, Sarney deixou o PDS. Criou, com dissidentes do partido, a Frente Liberal, que constituiu a Aliança Democrática com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Para a eleição presidencial de 1985, ainda indireta, a Aliança lançou a chapa com Tancredo Neves para presidente e José Sarney para vice. Conseguiram imponente maioria no Colégio Eleitoral, com 480 votos, contra apenas 180 da chapa adversária, dentre Continue a ler

O fim do AI-5 e o PDS

Foi o relator da Emenda Constitucional n.11 que, em 1978, revogou todos os atos institucionais do regime militar. Apontou, em seu parecer, que a emenda não acabava com o autoritarismo, mas representava o começo de um longo processo. Reeleito senador em 1978, no ano seguinte Sarney passou a presidir seu partido. Com o fim do bipartidarismo e das duas legendas que o compunham, foi para o Partido Democrático Social (PDS), tornando-se seu primeiro presidente. Elaborou o programa do PDS com forte viés social.

JK e o AI-5

Sarney homenageou Juscelino Kubistchek com um almoço em São Luís, em 1968, na véspera da instituição do AI-5, ato pelo qual o então ex-presidente foi preso, ao retornar ao Rio de Janeiro. Em pronunciamento por rádio e televisão, o governador falou aos maranhenses, em defesa da democracia: “Meu mandato é um mandato livre, que me foi outorgado pela vontade popular, tenho procurado exercê-lo com absoluta independência e no dia em que não puder mais fazê-lo não poderei prestar serviços ao Maranhão. Nessa hora, o meu caminho é o caminho da Continue a ler

Educação e Saúde

O governo de José Sarney melhorou a estrutura educacional em todos os níveis, fundamental, médio e superior, com a criação de centenas de escolas, dezenas de ginásios e várias faculdades, em todo o Estado. Foi instalada a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e criada a primeira TV Educativa do país, o que permitiu a formação de um corpo docente qualificado. O programa João de Barro, com base no método do educador Paulo Freire, foi uma revolução no ensino básico. A saúde foi fortalecida com a abertura de postos médicos no interior e Continue a ler

Infraestrutura

A gestão de Sarney significou uma guinada no desenvolvimento do Estado. Ao tomar posse no governo, encontrou uma situação de baixíssimo investimento e precariedade em todas as áreas: havia somente 7.500 kW de energia elétrica disponíveis, 13 km de estradas pavimentadas, e a capital mantinha-se uma ilha bastante isolada. Sarney aumentou os investimentos em 2.000%, instalou uma capacidade elétrica de 230 mil kW, pavimentou centenas de quilômetros de estradas. São Luís urbanizou-se e cresceu como pólo comercial, com a construção da ponte do São Francisco e da BR-135, ligando a Continue a ler

As reformas e o movimento militar

Em 1962, reeleito com facilidade, Sarney vê sua previsão de fracasso do parlamentarismo se confirmar. O ano é perdido com a campanha para a volta do presidencialismo, confirmada pelo plebiscito de janeiro de 1963. Ao mesmo tempo o País se divide na discussão das reformas de base, que todos sabiam necessárias mas ninguém sabia quais eram. Abre-se uma crise gravíssima, com deterioração da economia e um paroxismo de enfrentamento político. 1964 começa com vários golpes anunciados. A dúvida é quem o dará primeiro: Leonel Brisola com as ligas camponesas, o Continue a ler

A renúncia de Jânio

Tendo feito oposição a Juscelino, Sarney foi líder de Jânio na Câmara dos Deputados. Os breves meses do Governo Jânio Quadros prometiam uma revolução no País, com uma nova postura internacional, uma reforma dos métodos políticos e a busca da Justiça social que era a bandeira do Bossa Nova. Mas o sonho durou pouco: como muitos outros presidentes ao longo da História, achou que o Congresso Nacional não era tão dócil quanto devia, e resolveu aplicar um auto-golpe: renunciar para voltar nos braços do povo. Não deu certo. Abalado embora Continue a ler

Bossa Nova

Sarney lançou, com Edílson Távora e Ferro Costa, o grupo Bossa Nova, que pregava uma maior participação da questão social entre as bandeiras da UDN. Era a UDN de macacão. A eles se juntaram José Aparecido, Seixas Dória e vários outros. Contemporâneo das disputas pela candidatura presidencial, o Bossa Nova foi a grande marca da UDN naqueles dias. Com o apoio de Afonso Arinos, Sarney era vice-líder do partido. Na convenção nacional que homologou a aliança com Jânio Quadros, foi decidido que o Bossa Nova teria uma vaga na comissão diretora. Assim, Continue a ler

Deputado Federal

Sua presença nacional se refletiu na política maranhense. Nas eleições de 58, comandou um bloco de oposição ao grupo de Vitorino Freire, a Oposição Coligada, que conquistou quatro das dez cadeiras da bancada maranhense na Câmara dos Deputados, sendo o mais votado da chapa. Com o mandato pleno e a efetiva liderança política no Maranhão, passou a ter acesso às deliberações partidárias. No partido um homem fazia o espetáculo de massa: Carlos Lacerda. O grande tribuno tinha um jornal, que fazia as vezes de porta-voz da UDN, a Tribuna da Imprensa. Continue a ler

A opção pela UDN

Sarney filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), pelo qual, em 1954, iniciou-se na política sendo eleito suplente de deputado federal. A seis de junho de 1955, assumiu pela primeira vez a cadeira no plenário do Palácio Tiradentes, sede da Câmara dos Deputados. Os breves períodos se sucederam nos anos seguintes, até 1958. Pouco depois, Sarney trocou o PSD, que voltara a abrigar seu adversário Vitorino Freire (político que controlava o Maranhão), pela União Democrática Nacional (UDN). A mudança significava também a oposição ao Governo Federal, que tivera uma pedra de toque Continue a ler

Movelaria Guanabara

Reuniam-se na Movelaria Guanabara alguns amigos, no debate de idéias literárias e artísticas: além de Sarney, os escritores Bandeira Tribuzzi, Luís Carlos Bellos Parga, Carlos Madeira, Antônio Luís de Oliveira, Evandro Sarney, Lago Burnett, Ferreira Gullar, os pintores Cádmo Silva, Paiva, Figueiredo e Floriano Teixeira. Destes encontros saiu a revista “A Ilha”, propugnadora do neo-modernismo, par de Clã, de Fortaleza, Quixote, do Rio Grande do Sul, José, de Pernambuco, Joaquim, de Santa Catarina, Orfeu, do Rio de Janeiro. Sarney concluíra o curso de Direito, chegando a atuar no Tribunal do Continue a ler

Na UME e na UNE, com os líderes do futuro

Recém-chegado à Faculdade de Direito, ingressou na União Maranhense dos Estudantes (UME). Representou o Maranhão no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) realizado em São Paulo, em 1950. Nesse congresso, marcado pela presença de Enrico Berlinguer, criou laços de amizade com Álvaro Americano, Paulo Egydio Martins, Roberto Gusmão e Célio Borja.

Contra a ditadura

Atuando no movimento estudantil, por duas vezes elegeu-se presidente do Centro Liceísta e participou das agitações que ocorriam em todo país pedindo a deposição de Getúlio Vargas. Chegou a ser preso, com amigos, ao liderar uma manifestação contra a ditadura. Cândido Costa, dono da pensão em que morava e personagem que marcou sua juventude, foi buscá-lo na prisão. A ele, disse que participara apenas de uma comemoração pelo fim da Segunda Guerra Mundial.  

Mocidade em São Luís

Conquistou o 1º lugar no exame de admissão do Colégio Maranhense dos Irmãos Maristas e teve sucesso como estudante, tirando boas notas. No entanto, teve vida difícil na capital, pois a família tinha dificuldades em sustentá-lo. Depois de cursar o ginasial no Colégio Marista, transferiu-se para o Liceu Maranhense. Ainda muito jovem, começou a freqüentar as salas de leitura da Biblioteca Pública. Enquanto incrementava a sua cultura e fixava seus objetivos, Sarney se dedicava à aprendizagem da política.

A Mãe

Dona Kyola nasceu em Correntes, Pernambuco, de mãe paraibana, do Ingá do Bacamarte, e de pai piauiense, o sertanejo de Valença chamado Assuéro Leopoldino Ferreira. Nos anos 20, Assuéro deixou o sertão de Pernambuco e emigrou em busca dos vales úmidos do Maranhão com três filhos e a menina Kyola.

O Pai

O pai era promotor público, e seu nome foi encontrado pelo avô de Sarney, José Adriano da Costa, em uma edição de 1901 do Almanaque Bristol. Ele ficara impressionado com a história de um menino de 12 anos que sabia a Bíblia de cor e salteado e que se chamava Sarney.