A imprensa inglesa pratica um esporte em que é campeã mundial e invicta: a fofoca aristocrática, o gossip. É claro que o governo inglês faz um grande esforço para promovê-lo, não sei se tanto quanto dedica à difusão do futebol pelos hooligans, que instituíram o quebra-quebra como o melhor trunfo do nobre esporte bretão. Quanto mais republicana a democracia dos países, maior o interesse na aristocracia. Os veículos são os tabloides, formato dominante entre os scandal sheet ou yellow journalism (o que chamamos de imprensa marrom) ou rags. Difundidos no mundo inteiro, eles assumiram agora a ponta Continue a ler
A imprensa inglesa pratica um esporte em que é campeã mundial e invicta: a fofoca aristocrática, o gossip. É claro que o governo inglês faz um grande esforço para promovê-lo, não sei se tanto quanto dedica à difusão do futebol pelos hooligans, que instituíram o quebra-quebra como o melhor trunfo do nobre esporte bretão. Quanto mais republicana a democracia dos países, maior o interesse na aristocracia. Os veículos são os tabloides, formato dominante entre os scandal sheet ou yellow journalism (o que chamamos de imprensa marrom) ou rags. Difundidos no mundo inteiro, eles assumiram agora a ponta Continue a ler
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) realiza nesta terça-feira (30), a cerimônia militar de Passagem de Direção da unidade. O Coronel Engenheiro Fernando Benitez Leal passará o comando para o Coronel Aviador Clóvis Martins de Souza. A solenidade acontece na sede do CLA, no município de Alcântara, às 9h30, em evento para convidados. Autoridades civis e militares foram convidadas para o evento. O ex-presidente José Sarney foi convidado para participar da cerimônia, mas não irá presencialmente ao evento, por estar em compromissos em Brasília. Ele enviou os cumprimentos ao Continue a ler
A Fundação da Memória Republicana Brasileira (FRMB) definiu que durante o ano de 2024, todas as atividades realizadas pela instituição serão norteadas pela temática: “Caminhos da Democracia: transição, Memória e desafios”. A proposta é proporcionar um passeio pela memória política do Brasil, será o fio condutor das ações desenvolvidas pela instituição em torno do tema. A ideia é que a programação seja marcada por palestras, exposições e informações sobre a Democracia Brasileira que serão desenvolvidas durante todo o ano e contará com visitação de escolas e diálogos com novas gerações. Continue a ler
É muito velho o sonho da Paz. Muitos idealistas, santos e possuídos da ira santa da concórdia entre os homens foram militantes dessa causa. Não é demais recordar que Kant, cujos livros são de leitura especializada para iniciados e filósofos, escreveu um livro que tentou ser um livro “popular”, de linguagem acessível a todos, um panfleto — A paz perpétua —, no qual ele oferecia uma fórmula para chegarmos a esse paraíso. Nem a fórmula funcionou nem o livro foi popular. Ficou mesmo restrito aos iluminados. A história contemporânea — lembrei a Continue a ler
É muito velho o sonho da Paz. Muitos idealistas, santos e possuídos da ira santa da concórdia entre os homens foram militantes dessa causa. Não é demais recordar que Kant, cujos livros são de leitura especializada para iniciados e filósofos, escreveu um livro que tentou ser um livro “popular”, de linguagem acessível a todos, um panfleto — A paz perpétua —, no qual ele oferecia uma fórmula para chegarmos a esse paraíso. Nem a fórmula funcionou, nem o livro foi popular. Ficou mesmo restrito aos iluminados. A história contemporânea — lembrei a Continue a ler
A experiência terrível da Segunda Guerra Mundial mostrou que a Sociedade das Nações fracassou. Criada em Versalhes para administrar a Paz, tinha grandes e graves limitações, a começar pela falta de apoio dos Estados Unidos, que a haviam proposto. Os famosos Quatorze Pontos de Woodrow Wilson eram exemplares: I – os acordos de Paz sem cláusulas secretas; II – a liberdade de navegação; III – a liberdade de comércio; IV – o fim do armamentismo; V – o ajuste das disputas coloniais; de VI a XIII, a retirada das tropas Continue a ler
A experiência terrível da Segunda Guerra Mundial mostrou que a Sociedade das Nações fracassou. Criada em Versalhes para administrar a Paz, tinha grandes e graves limitações, a começar pela falta de apoio dos Estados Unidos, que a haviam proposto. Os famosos Quatorze Pontos de Woodrow Wilson eram exemplares: I – os acordos de Paz sem cláusulas secretas; II – a liberdade de navegação; III – a liberdade de comércio; IV – o fim do armamentismo; V – o ajuste das disputas coloniais; de VI a XIII, a retirada das Continue a ler
Há um ano, no triste 8 de janeiro de 2023, o Brasil assistiu a um ignóbil — uma traição à pátria — ataque simultâneo aos Três Poderes da República. Nossa História registra alguns episódios de ataques a um ou outro Poder, em geral, durante os golpes — ou tentativas de golpe — de Estado que marcam nosso caminho para a estabilidade democrática. Nunca, no entanto, houve qualquer movimento que se parecesse com a selvageria do bando de insanos que atingiu o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Continue a ler
Legenda da imagem: autoridades no ato ‘Democracia Inabalada’, que marca um ano dos ataques de 8 de janeiro — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República Há um ano, no triste 8 de janeiro de 2023, o Brasil assistiu a um ignóbil — uma traição à pátria — ataque simultâneo aos Três Poderes da República. Nossa História registra alguns episódios de ataques a um ou outro Poder, em geral durante os golpes — ou tentativas de golpe — de Estado que marcam nosso caminho para a estabilidade democrática. Nunca, no entanto, houve Continue a ler
“Sem o apoio irrestrito do Presidente José Sarney a escola não existiria mais. Ele sempre esteve presente na vida da escola buscando recursos para mantê-la funcionando”, dessa forma, o atual diretor da Banda do Bom Menino, Raimundo Quintiliano, define a participação de José Sarney na história da Banda do Bom Menino, que em 2023, celebrou 30 anos de fundação. A Banda do Bom Menino foi idealizada por José Sarney há 30 anos, ao lado de Aluízio Lobo, à época Diretor Executivo da Fundação da Memória Republicana Brasileira. “Em uma das visitas Continue a ler
A marcação dos anos foi uma invenção do homem, porque o tempo é a eternidade: não tem princípio nem fim. O tempo do homem está na marcação repetitiva dos relógios, contando os anos, as horas, os dias, nessa rotina dos ponteiros rodando do mesmo jeito, acompanhando o Sol a nascer todos os dias, na luz aberta das manhãs, dos crepúsculos vermelhos e da beleza do pôr-do-sol. E da Terra girando em torno do seu eixo, também em torno do Sol, acompanhando seus irmãos, os planetas que também seguem seu curso. Continue a ler
Na tradicional mensagem de bons votos para o ano que se inicia, o ex-Presidente da República, José Sarney, desejou que 2024 seja um ano de paz entre os povos, que as guerras cessem. José Sarney desejou ainda um novo tempo mais justo, com mais empregos para todos.
Duas interjeições contam toda a história de nossa fé: — “Jesus nasceu!” e — “Jesus ressuscitou!” Estas declarações culminam o Credo — “… foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao reino dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia…”. Um e outro milagre têm consequências transcendentes, no sentido mais estrito desse adjetivo, que é estar acima do universo físico. O ressuscitar quer dizer que podemos, que devemos sair da condição de sujeitos à morte para a vida eterna, e vida encarnada, Continue a ler
Há setenta e cinco anos — em 10 de dezembro de 1948 — a Organização das Nações Unidas fez o seu mais importante documento: a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Resolução 217, pelo voto de 48 dos 58 membros da ONU, aprovou o texto redigido por uma comissão dirigida por Eleanor Roosevelt, viúva do grande presidente americano e um símbolo da luta pelos direitos civis. Foi escrita por grandes personalidades, como o nosso Austregésilo de Athayde, o canadense John Peters Humphrey, o libanês Charles Malik, o chinês P.C. Chang Continue a ler
Entramos no Tempo do Advento, isto é, da preparação para a chegada do Menino Jesus. Vivemos na expectativa deste milagre espantoso de Deus se fazer homem, de nascer de uma mulher. Hoje as pessoas têm dificuldade em crer em milagres, mas esquecem que as três religiões monoteístas giram em torno da vinda do Messias — do Mádi, no islamismo —, portanto da vinda de Cristo, Khristós, em grego. O que é uma cura miraculosa diante da transformação da onipotência em fragilidade, da imortalidade em morte, do sublime em sacrifício? Na minha Continue a ler
Neste domingo a Venezuela fez um plebiscito para decidir sobre a anexação do Essequibo, velha disputa de fronteira rediviva por Hugo Chávez. Se não valessem as arbitragens, teríamos também direitos na região, mas o Brasil sempre honrou seus compromissos. Em várias ocasiões tratei dessa questão. Em 2007, perguntei em artigo: “Para que a Venezuela está se armando?” Em 2015 a invasão esteve por um triz, e escrevi o seguinte: “A Venezuela, no tempo de Chávez, fez uma grande escalada armamentista. Expus aqui na Folha e no Senado minha preocupação com Continue a ler
A velhice é, dizia Norberto Bobbio, sobreviver. Essa palavra significa continuar vivo, mas também que outros estão mortos. E, quanto mais sobrevivemos, mais perdemos: pais, irmãos, parentes, amigos vão nos deixando sós, terrivelmente sós. Neste domingo faleceu mais um querido amigo, Alberto da Costa e Silva. Fomos amigos por tantos anos! Tínhamos a afinidade intelectual da literatura, do gosto dos livros, de uma visão de mundo. Tínhamos laços de origem: ele era paulista, mas, filho de piauiense, neto de maranhense, sentia-se ligado ao Parnaíba, cantado por seu pai, o poeta Continue a ler
É com muita tristeza que escrevo esta nota sobre meu querido amigo Alberto da Costa e Silva, que faleceu nesta madrugada. Fomos amigos por tantos anos! Nos víamos toda hora, Vera, sua mulher, e ele, Marly e eu, enquanto estavam em Brasília. Tínhamos a afinidade da vizinhança de Maranhão e Piauí, terra de seu pai, o poeta Da Costa e Silva, autor de Saudade “Parnaíba — o velho monge / as barbas brancas alongando”. Mas também a comum visão do Mundo. Alberto foi um intelectual completo. Grande diplomata, com uma Continue a ler
Contei aqui, semana passada, um pouco da minha participação na Segunda Guerra. Que achava que, em breve, seria um soldado aliado. Escrevi a meus pais, que moravam no interior do Estado, cartas preocupadas, contando os boatos que circulavam na cidade sobre submarinos alemães nas costas, sobre ameaças de bombardeio, sobre espiões alemães e italianos agindo em São Luís e sobre o perigo dos “quinta-colunas”. Quando a guerra terminou, festejei com grande alegria, escrevi poemas sobre “a aurora de um novo dia”. (Que frustrações!) Meu pai contou-me que em Pinheiro eles Continue a ler
Na infância estão depositadas as memórias mais marcantes que foram guardadas em nossa vida. Muitas delas são lembranças puras, simples, lúdicas, que alimentam nossa personalidade no julgamento das cores, das belezas da natureza, no carinho com os animais e em nossos primeiros sinais da força de possessão do amor. Recordo nas Memórias de Além-Túmulo, de Chateaubriand, a lembrança dos seus carneirinhos. Mas o de que eu queria falar mesmo é que tenho uma forte memória da II Guerra Mundial. O Maranhão foi uma base aérea, e eu, aos 14 anos, morava Continue a ler
A Amazônia nasceu sob o signo da controvérsia: era espanhola ou portuguesa? A dificuldade de se localizar a linha do Tratado de Tordesilhas se esgarçou com a união das duas coroas sob Filipe I. No século XVIII o Marquês de Pombal herdou a solução do Tratado de Madrid, a tese do uti possidetis. Ao designar para governar o Estado de Maranhão e Grão-Pará o seu meio-irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, o instruiu, em cartas secretas, que seu objetivo maior era assegurar que aquelas terras fossem portuguesas e que sua missão principal Continue a ler
Meu primeiro contato com Gaza data do meu tempo da Faculdade de Direito no Maranhão, onde me diplomei. Estava naqueles anos em que queria conhecer os grandes livros e caiu-me na mão um best seller de então, Sem Olhos em Gaza, de Aldous Huxley. O título vem da epígrafe, um verso de Milton que diz ter Sansão, capturado e cego pelos Filisteus, ido trabalhar em Gaza, em condições de tortura. Huxley escrevera um romance em que um sibarita se desiludia com a sociedade dissoluta. Gaza teve um destino cruel como cidade: com Continue a ler
Uma sessão de saudade e reconhecimento para homenagear a memória do jornalista e escritor Antônio Carlos Gomes Lima (1956-2023). Essa foi a programação especial realizada na tarde desta quinta-feira (26) no Salão Nobre da Academia Maranhense de Letras (AML), entidade da qual Lima era membro desde 2012. Antônio Carlos Lima faleceu no último dia 8 de outubro, aos 66 anos, em Brasília. O evento, intitulado Sessão da Saudade, foi aberto pelo presidente da AML, Lourival Serejo e marcado por homenagens feitas por acadêmicos e amigos, exaltando a obra e a Continue a ler
É com grande emoção que recebo o título de Doutor Honoris Causa de uma Casa de Educação e Cultura como o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa – IDP. Hoje essa emoção é redobrada por ser uma homenagem feita a um velho de 93 anos, que está afastado da política e que muito se esforça para lembrar as aulas da humilde Faculdade de Direito do Maranhão, humilíssima se comparada com as figuras magistrais que criaram e mantêm viva essa extraordinária instituição de Direito que é o Instituto Brasileiro de Continue a ler
O homo sapiens tem o DNA da violência. A teoria da evolução pode substituir, com sua história, a expressão “sobrevivência do mais forte”, por “sobrevivência do mais violento”. Assim sua luta pela sobrevivência nada mais foi do que uma luta de destruição dentro da própria espécie. Esse processo está muito ligado à religião, na disputa pela hegemonia do seu Deus. O mundo evoluiu e julgávamos que esta fase pertencia ao passado. A atual guerra de Israel em Gaza mostra que o homem continua o mesmo. A incursão de um inimigo sobre o Continue a ler
Na Dica Cultural deste domingo, o destaque vai ser a história de Tistu, um menino de 8 anos de idade que mora na cidade de Mirapólvora. Tistu tem um segredo que o faz diferente de todo mundo: ele tem um polegar verde que tem poderes mágicos. Com esse dom, Tistu faz crescer plantas e flores onde toca com seu polegar. Um segredo que compartilha com o seu amigo, o velho jardineiro Bigode. Com o tempo, o menino vai descobrindo os fatos tristes da vida, como guerras, prisões e, na tentativa Continue a ler
O ex-presidente José Sarney recebeu na noite desta quarta-feira (18) o título de Doutor Honoris Causa, em reconhecimento às suas contribuições ao Estado Democrático de Direito do Brasil. A homenagem foi concedida pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e foi realizada durante o 26º Congresso Internacional de Direito Constitucional, organizado pela instituição, em Brasília. O evento, que é realizado até amanhã (19), conta na programação com a presença de autoridades como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e os ministros Gilmar Mendes, Cármen Continue a ler
Despertando olhares de admiradores, pedidos de fotografias e bastante euforia do público. Quem esteve na Feira do Livro de São Luís (FeliS) no início da noite desta terça-feira (17) deparou-se com uma visita ilustre: o escritor José Sarney foi prestigiar o evento, que acontece até o próximo dia 22 na Praça Maria Aragão, centro de São Luís. Atendendo a todos os pedidos de fotografias, autógrafos em obras literárias e conversas, cujo teor versavam sobre literatura e política, José Sarney percorreu toda a estrutura do evento, visitou estandes, conferiu lançamentos de Continue a ler
Coube à região do Oriente Médio, pela sua posição geográfica, transformar-se, ao longo da História, em um ponto de fricção. Ali nasceram as três grandes religiões monoteístas que hoje disputam o mundo. A existência de deuses faz parte, segundo os antropólogos, das ideias inatas do homem. Fator de identidade étnica, tornou-se instrumento de domínio. Ao contrário da multidão de crenças em deuses múltiplos, que tinham facilidade de admitir outros deuses, como faziam os romanos na sua conquista imperial, o monoteísmo tem uma visão excludente, que facilmente degenera no uso da força Continue a ler