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memória

História de Amor e Saudade

Este espaço é dos leitores. Não deve expressar sentimentos que sejam pessoais, por mais justificáveis que sejam. Mas o meu tema de hoje, embora pessoal, é daqueles que merecem uma meditação universal: a relação entre pais e filhos, os valores da família, o amor e a morte. Minha mãe, se estivesse viva hoje, dia do seu aniversário, 4 de julho de 2025, faria 114 anos. Por ela vou orar em missa que mandei celebrar em sua memória na Rede Vida e na igreja que ela pediu para construir, com a Continue a ler

O nascer da memória

Busco na memória minha mais antiga recordação. É um terreno cinza, cheio de brumas, em que não distingo bem o real e o sonho. É uma fileira de índios, um atrás do outro, de flechas na mão. Minha mãe, cuja face me ficou presente em todos os períodos da vida, fecha a porta e me pede que entre. Lembro a cidade de Pinheiro, as casas baixas, a rua deserta e a visão do campo verde, uma planície sem fim que se perdia no horizonte. Lembro as chuvas e, na minha Continue a ler

Um Brasil menor

Éramos jovens. Nos conhecemos no Rio de Janeiro, na Rua Otaviano Hudson, onde José Aparecido mantinha uma pensão estudantil, udenista, com ramificações pela esquerda. Pertence era mais ligado a seu irmão Modesto, da UNE, onde tinha posições de liderança. Eu começava minha carreira como deputado federal, ligado a Magalhães Pinto, de quem Aparecido era secretário particular. Era um tempo em que eu chamava Pertence de “Zé Paulo”, e ele a mim de “Zé”; quando nos encontrávamos e não tinha abelhudo por perto, eu repetia os tratamentos da mocidade: “Ministro Zé Continue a ler

O susto nuclear

Eu tinha 15 anos quando ocorreram os dois “elementos de dissuasão” que rasgaram a História da Humanidade: as bombas de Hiroshima e Nagasaki. Seu lançamento quase simultâneo — uma foi lançada a 6 e a outra a 9 de agosto de 1945 — mostra que havia mais que o pretexto do General George Marshall: “facilmente acessível e que pode com certeza diminuir o número de vítimas americanas”. Segundo estes cálculos “misericordiosos”, uma invasão do Japão implicaria na morte de 400 a 800 mil americanos e cinco a dez milhões de Continue a ler