O Presidente Lula marcou um gol olímpico com a realização no Brasil da Cúpula do G2O. Antes da Cúpula, a reunião do G20 Social foi um sucesso, com a extensão dos objetivos do Grupo para enfrentar os problemas sociais e, para isso, conseguiu mesmo que se realizasse um evento paralelo com representantes de líderes de movimentos populares, tendo como foco o problema da fome, produzindo um documento para ser entregue à Troika, formada pelo atual presidente (Brasil, 2024), pelo ex-presidente (Índia, 2023) e pelo futuro presidente (África do Sul, 2025), conforme Continue a ler
O general Mark Milley foi o chefe do Estado Maior do Exército e das Forças Armadas americanas entre fins de 2019 e fins de 2023. Serviu, portanto, no governo Trump. Agora o jornalista Bob Woodward — um dos repórteres que revelaram o Watergate —, em livro que acaba de sair, War, cita declarações do general sobre Trump: “Ele é a pessoa mais perigosa que já existiu. Eu suspeitava quando falei para você sobre seu declínio mental, mas agora eu realizo que ele é um total fascista. Um fascista até o cerne.” Continue a ler
Quem perde a memória histórica pode repetir os erros do passado. A história das relações Brasil e Argentina foi marcada por desencontros. A Questão do Prata, como a via dominadora do centro da América do Sul, criou rivalidades e alimentou muitas disputas que, por imobilismo, chegaram à segunda metade do século passado. A tese que naquele tempo se tornou verdadeira argumentava que quem dominasse a Bacia do Prata dominaria a região, porque os rios que ali desembocavam levavam ao reino de Preste João, uma lenda sobre lagos de ouro que Continue a ler
Leio que os Estados Unidos, já dando como certa a queda do Maduro, articula negociar a transição e nesta o ponto principal é a anistia. Certamente nenhuma transição, com as características da Venezuela e do chavismo, pode ser feita de maneira negociada sem alguma anistia. Há duas formas de transição: com negociação, necessitando de uma engenharia política difícil, que leva tempo; ou pelas armas, o que impõe uma derrota da parte coatora, com o preço alto de uma guerra civil. E não devemos menosprezar aquilo que nos lembra Afonso Arinos, Continue a ler
O mundo sempre olhou com admiração a experiência democrática americana. Mas nela choca a violência política, com o assassinato de quatro presidentes e de vários líderes políticos, entre inúmeras tentativas. O tiro contra Trump segue o mau costume. Surpreendente mesmo foi o que aconteceu com o Presidente Joe Biden. Ele é o decano dos políticos americanos. Sua vitória sobre um ex-governador e duas vezes senador lhe dera uma entrada brilhante no Senado. Sete vezes senador, mostrou-se um habilidoso negociador e legislador, figura importante na Comissão de Justiça e na Comissão Continue a ler
O homo sapiens tem o DNA da violência. A teoria da evolução pode substituir, com sua história, a expressão “sobrevivência do mais forte”, por “sobrevivência do mais violento”. Assim sua luta pela sobrevivência nada mais foi do que uma luta de destruição dentro da própria espécie. Esse processo está muito ligado à religião, na disputa pela hegemonia do seu Deus. O mundo evoluiu e julgávamos que esta fase pertencia ao passado. A atual guerra de Israel em Gaza mostra que o homem continua o mesmo. A incursão de um inimigo sobre o Continue a ler
Coube à região do Oriente Médio, pela sua posição geográfica, transformar-se, ao longo da História, em um ponto de fricção. Ali nasceram as três grandes religiões monoteístas que hoje disputam o mundo. A existência de deuses faz parte, segundo os antropólogos, das ideias inatas do homem. Fator de identidade étnica, tornou-se instrumento de domínio. Ao contrário da multidão de crenças em deuses múltiplos, que tinham facilidade de admitir outros deuses, como faziam os romanos na sua conquista imperial, o monoteísmo tem uma visão excludente, que facilmente degenera no uso da força Continue a ler
Faleceu há poucos dias uma grande escritora, Hélène Carrère d’Encausse, Secretário-Perpétuo da Academia Francesa (utilizo o título de sua função no masculino porque era assim que ela queria) desde a renúncia de Maurice Druon, em 1999. De origem georgiana — nascida em Paris, foi apátrida por muitos anos —, era especialista em Rússia e no universo eslavo. Foi uma amiga que recebeu a Academia Brasileira de Letras naquela Casa com a grande elegância que a caracterizava. Madame Encausse era conservadora e simpatizava com Vladimir Putin. O começo da guerra da Continue a ler
Como intelectual sempre tive uma preocupação humanista nas minhas decisões, preocupando-me não apenas em melhorar a sorte do povo brasileiro como também a de toda a Humanidade. Assim, três coisas me enchem de orgulho. A primeira, ter acabado com a corrida nuclear na América do Sul, onde Brasil e Argentina tinham uma disputa histórica. Assim, juntamente com Raul Alfonsín, então Presidente da Argentina, encerramos essa disputa: ele me levou para visitar a Usina de Pilcaniyeu, na Argentina, e eu o trouxe para visitar a Usina de Aramar, selando a confiança Continue a ler